O "Creoula" é um lugre de quatro mastros. Construído no início de 1937 nos estaleiros da CUF, em Lisboa, para a Parceria Geral das Pescarias, o navio foi lançado à água no dia 10 de maio e efetuou ainda nesse ano a sua primeira campanha de pesca. Um número a reter é o facto de o navio ter sido construído no tempo recorde de 62 dias úteis.
As obras-vivas a vante, com particular destaque para a roda da proa, tiveram construção reforçada uma vez que o navio iria navegar nos mares gelados da Terra Nova e da Gronelândia.
Até à sua última campanha em 1973, o navio possuía mastaréus, retrancas e caranguejas em madeira. As velas que agora são em dacron, material sintético mais leve e mais resistente, eram na altura feitas de lona de algodão, possuindo o navio duas andainas de pano, que eram manufaturadas pelos próprios marinheiros de bordo.
O mastro de vante (traquete) servia de chaminé à caldeirinha e ao fogão a carvão, o qual se encontra atualmente no Museu Marítimo de Ílhavo.
Em 1979 o «Creoula» foi adquirido por compra à Parceria Geral de Pescarias pela Secretaria de Estado das Pescas, com o apoio da Secretaria de Estado da Cultura, com a finalidade de nele ser instalado um museu de pesca.
Na primeira docagem realizada, verificou-se que o casco do navio se encontrava em ótimas condições, tendo então sido deliberado que o navio se manteria a navegar e seria transformado em Navio de Treino de Mar (NTM) para apoio na formação de pescadores e ainda possibilitar a vivência de jovens com o mar. Em 1992, o navio sofreu algumas alterações na zona de meio navio, de que se destaca o aproveitamento de uma das cobertas de 9 instruendos em benefício de um espaço que funciona presentemente como biblioteca e sala de aulas.
Aliado ao facto de a Marinha estar particularmente vocacionada para manter e operar este tipo de navios, o Creoula foi desafetado do Ministério da Agricultura, Pescas e Alimentação e colocado na tutela do Ministério da Defesa Nacional – Marinha, em 1987